"HOMENS NÃO PODEM SER INICIADOS EM NANÃ !"

Será?????
Este é Doté Manuel Victorino da Costa ( Manuel Falefá )
Através de pesquisas, Carneiro em obra publicada em 1948, mencionava o Bogun, o Posun Betá e o candomblé de Manuel Menez como inscritos, em 1937, na União das Seitas Afro-Brasileiras da Bahia.
O terreiro de Posun Beta, ainda na ativa, foi fundado por Manuel Victorino da Costa, mais conhecido como Manuel Falefá ou Manuel da Formiga.
Ele Nasceu em Santo Amaro" em Santo Amaro, em 21 de dezembro de 1900, e veio a falecer em 18 de maio de 1980.
Segundo Itamoacy, seu filho primogênito, seu pai Sr. Manuel Falefá, foi iniciado ao Vodun Nanan com sete anos de idade, pela sua avó, Clarice Constança Barbosa, em Pojuca, na Fazenda Pau Grande, perto de Santo Amaro-Bahia.
As informações disponíveis, apontam sugerir a existência de um primeiro terreiro, fundado por Sango, talvez em Mata de São João, chamado Poço Beta.
A avó de Falefá, Clarice Constança Barbosa, era quem deveria assumir a chefia dessa Casa, mais não aceitou o cargo, indicando seu neto Falefá como o herdeiro.
Posteriormente, Falefá abriu uma Casa de Candomblé em Salvador chamada Posun Beta, sendo o padroeiro da casa, o Vodun Sogbo Ada, grafado pelo próprio Sr. Falefá como "Cô bô Adan" da Virdê”.
Embora filho de Nanan, o mesmo Sr. Falefá declarava;
” Eu sou herdeiro de Sogbo”.
Isso sugere que ele teve inicialmente responsabilidade no terreiro do Recôncavo.
A etimologia do Posun Beta se presta a várias interpretações; Posun, provavelmente é uma evolução fonética de Kposu, o Vodun-Pantera, Bêtá ou Beta é um termo mais difícil de identificar, embora nos terreiros de jejes na Bahia o Vodun-Kpo seja também conhecido como Posu Batan Ajaí, que segundo Gayaku Luíza seria o pai do Vodun Sogbo. Essa me parece a hipótese etimológica mais plausível, embora haja outras.
Segundo seu filho primogênito Itamoacy, em Salvador Sr. Manuel Falefá, abriu uma primeira Casa na Barra chamada “ Ori Funji”
Pouco depois provavelmente na década de 1930 mudou o terreiro para a Rua da Formiga n.118, em São Caetano, onde permaneceu até 1970, quando o Vodun Nanan determinou que por falta de espaço que fosse deslocado para a Rua São Martins, no Bairro de São Marcos, em Pau de Lima, onde permanece até hoje.
Na juventude, Sr. Manuel Falefá trabalhou na Marinha, viajando em várias ocasiões para a África, aprendendo a falar o yorubá, ao mesmo tempo que trazia e comerciava produtos litúrgicos africanos.
Doté Falefá foi um personagem popular entre o povo de santo jeje.
Em 1937 escreveu um texto intitulado “ O mundo religioso do negro da Bahia” para o segundo Congresso Afro-Brasileiro, e seu terreiro esteve inscrito na União das Seitas Afro-Brasileiras da Bahia. Em 1968, já sendo Professor de Yorubá, recebeu uma Bolsa para viajar a região de Popo, no Togo, e Lagos, na Nigéria.
Doté Manuel Falefá, esteve casado com duas mulheres, tendo com elas dezessete filhos, entre eles o Ogan Moura Falefá que muito trabalha para o resgate cultural de seu genitor.
Na década de 1960, nove deles já participavam das atividades do terreiro, o que sugere a importante dependência da congregação religiosa nessa estrutura familiar.
Fundou no Candomblé a Sociedade Civil Ayaba Okere, que ainda funciona Com sua morte em 1980, sua filha de Santo mais velha, Doné Sibeboran, de Aziri Tobossi, assumiiu a liderança do terreiro, agregando mais um nome a este Axé, onde passou a se chamar Ilê Omo Ketá Posun Betá ( Casa dos Filhos do Posun Beta ).
Quando Doné Sibeboran faleceu em 1992, sua filha carnal Edvaltina Alves de Souza ( Dona Vadinha), passou a ser a zeladora permanecendo nesse cargo até hoje.
FONTE : TVR USM
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