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O QUE É SER UM YAWÔ?


ÌYÀWÓ – A primeira fase,

Ìyàwó são todos aqueles que se iniciaram e não cumpriram o fechamento do ciclo iniciático, ou seja, a obrigação de 7 anos.

Um Ìyàwó de 30 anos de santo que não tomou obrigação de 7, ainda é um Ìyàwó.

Esse período é crucial para o futuro de uma pessoa do axé.

Na iniciação, através de ritos e cantigas, é evocado o orixá.

O orixá no Orum, nesse momento é invocado, e cede uma parte de seu axé, que é colocado dentro do iniciado.

É um axé direto do próprio orixá (olha a responsabilidade do pai de santo! Pense que ele deve fazer a evocação correta, e deve estar tudo de acordo, pois o orixá (em sua real presença) naquele momento irá se agradar ou se desagradar do que irá presenciar). Esse axé deve ser cuidado com zelo, com o intuito de se fortificar. Esse axé é um recém-nascido. As vezes não incorpora tão bem, não tem características próprias ainda.

O Babalorixá, Ekedjis e Ebomis irão auxiliar nesse período de aprendizagem, do Ìyàwó e do próprio orixá. Por isso, os mais velhos se intrometem tanto na maneira como o orixá se porta, pois ele e Ìyàwó não viveram o suficiente pra ter características. As características devem ser acompanhadas pelos mais velhos, tanto pra incentivar, quanto pra se coibir.

Tem que ter em mente que esse axé é cedido pelo orixá, uma parte sua. Por isso vemos vários Oguns, Oxuns em um mesmo barracão, cada um com características próprias.

Então o Ìyàwó foi abençoado com um axé direto do próprio orixá. A benção vem acompanhada de muita responsabilidade.

Cada obrigação, cada oro, cada culto, cada banho de folha fortifica seu orixá, para quando virar adulto (obrg. de 7 anos) ele ser um adulto forte e saudável, sem sequelas.

Pense nesse orixá como um bebê, que precisa crescer saudável e com força. Quanto mais você cultuar, mas força ele vai ter.

Santo com axé e com força incorpora mais, se comunica com o filho através de sonhos e consegue ter forças para poder modificar os caminhos sua vida.

Um santo não cultuado não tem axé suficiente para fazer algo por seu filho.
Não é castigo.

Toda essa descrição, tem por finalidade ressaltar as responsabilidades que acompanham esse período.
Nesse período, aprenda os nomes dos orixás, suas saudações, cantigas. Aprenda a fazer um acaçá, a cozinhar para seu próprio santo e aprenda as comidas básicas. Aprenda a se portar.

Como diz um ditado:

“QUANDO PEQUENO SENTE-SE ONDE MANDAM, PARA QUANDO GRANDE SENTAR ONDE QUISER”

Seja humilde, seja respeitador. Obedeça seus mais velhos, e não discuta. Se acha que se comportaram de maneira errada, converse somente com seu babá (Yá).

Ninguém respeita um Egbomi que não sabe cozinhar comida de santo, que não sabe o suficiente para ensinar seus mais novos com carinho.

Tenha orgulho dessa fase, tenha orgulho de seu Mokan e de seu pé no chão. Os orixás abençoam mais os humildes, que cumprem as regras.

Um bom Ìyàwó com certeza será um ótimo Egbomi, e será respeitado.

Pois respeito se conquista, e não se impõe.

FONTE : TVR USM
FOTO: RUDY TRINDADE 

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