A EMOÇÃO E A PERÍCIA DOS BOMBEIROS QUE ATUAM POR TERRA E AR NO RESGATE DE VÍTIMAS NA MUZEMA - TVR USM

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A EMOÇÃO E A PERÍCIA DOS BOMBEIROS QUE ATUAM POR TERRA E AR NO RESGATE DE VÍTIMAS NA MUZEMA

Bombeiros vibram após um resgate feito com sucesso na Muzema

Bombeiros vibram após um resgate feito com sucesso na Muzema Foto: Marcio Alves

Em meio ao cenário de destruição na Muzema, no Itanhangá, Zona Oeste do Rio, uma cena chamou a atenção: a comemoração de um grupo de bombeiros que conseguiu resgatar uma vítima dos escombros de dois prédios do condomínio Figueira que desabaram nesta sexta-feira. Como num gol de Copa do Mundo, eles vibraram após embarcarem a vítima no helicóptero da corporação, parado no ar, a centímetros da laje de um prédio.
— Obrigado, meu Deus! Obrigado — gritou um dos bombeiros.
Em seguida, ao ver o helicóptero se afastar em direção ao hospital, eles correram de volta para o local do desabamento. Tinham pressa.
— A gente tem que voltar para lá.
Bombeiros embarcam uma vítima no helicóptero que fica a poucos centímetros da laje de um prédio
Bombeiros embarcam uma vítima no helicóptero que fica a poucos centímetros da laje de um prédio Foto: Marcio Alves / Marcio Alves
Com a ajuda de drones, dois helicópteros e quatro cães farejadores, 90 militares de 12 quartéis trabalharam incansavelmente desde as primeiras horas da manhã, quando dois prédios vieram abaixo.
As ambulâncias não conseguiam chegar próximo ao local do desmoronamento. As vias ainda estavam destruídas em função das chuvas que castigaram a cidade na última segunda-feira. Sem ter onde pousar, os helicópteros retiravam as pessoas resgatadas pairando no ar, sem tocar a laje de um prédio vizinho aos que desabaram, onde socorristas embarcavam as vítimas. No pequeno heliporto improvisado, os militares seguravam uns aos outros, para resistir à força do vento enquanto colocavam a maca dentro do helicóptero.
Na aproximação, o piloto é auxiliado por dois tripulantes operacionais que, posicionados nas portas do helicóptero, são seus “olhos” nas laterais e na cauda da aeronave. Mas tão importante quanto a destreza da equipe do helicóptero é a avaliação da equipe de solo.
— São eles que vistoriam o local para ver se há segurança para a aproximação do helicóptero. O maior risco é uma antena ou um fio, qualquer objeto pequeno que o piloto pode não perceber de longe. As condições climáticas, como vento, temperatura e pressão atmosférica, também são avaliadas e passadas ao piloto — explica o coronel Neiva.
Segundo ele, após entrarem no helicóptero, as vítimas chegaram ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, em dez minutos. Se fossem de ambulância, seriam cerca de 40 minutos. 
— Tempo é vida. Quanto mais rápido a vítima chega ao hospital, maiores são suas chances de sobreviver. Não sabíamos se a laje do prédio aguentaria as quase duas toneladas do helicóptero. Por isso, optamos pela manobra — disse o piloto.
Nesta sexta-feira, por volta das 19h, as equipes de Neiva completavam 12 horas de trabalho ininterruptos. Seriam rendidos por outros militares.
— Mas eles não querem parar. Bombeiros dão suas vidas pela do próximo. Quando vidas são salvas, vemos como valeu a pena todas aquelas horas exaustivas de treinamento — conclui Neiva.
As buscas irão continuar por toda a madrugada.
FONTE : extra.globo

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