EX-MORADORA DE CONDOMÍNIO ONDE DOIS PRÉDIOS DESABARAM NA MUZEMA LEMBRA DA FALTA DE INFRAESTRUTURA NA REGIÃO

Bombeiros vasculham escombros de prédios que desabaram na comunidade da Muzema Foto: Marcio Alves / Marcio Alves
Uma jornalista viveu por um ano no condomínio Figueiras do Itanhangá, onde dois prédios desabaram na manhã desta sexta-feira. Duas pessoas morreram e outros dois moradores estão feridos. A moradora que não quis se identificar conta que, apesar dos atrativos do local, como o custo de vida mais barato do bairro e a localização, problemas estruturais na região ficavam ainda mais evidentes em dias de chuva.
— Todos que vivemos lá convivíamos com os problemas que a chuva causa na Muzema. Sempre achei a região muito boa, mas falta infraestrutura. Era sempre muita lama, pelo menos, em dias de chuva. A gente nunca espera um desabamento, porque os apartamentos parecem muitos bons e bem feitos, mas é provável que a água tenha afetado a estrutrura desses prédios.
A moradora está tentando vender o apartamento onde morou por R$ 135 mil. Ela diz que esse costuma ser o preço médio de habitações no local, mas que é possível encontrar outros apartamentos bem mais baratos no condomínio que vive uma rotina de construções.
— A maioria dos moradores são pessoas que têm o sonho de conquistar a casa própria. A gente encontra apartamentos bons, um custo de vida barato próximo a Barra da Tijuca e um local que é seguro, até com portaria 24 horas. É verdade que a gente não sabe muito bem quem é o responsável pela obra ou como ela foi feita, mas as outras vantagens falam mais alto.
A jornalista diz que no edifício onde vivia haviam pelo menos quatro apartamentos por andar. O prédio ficava em uma parte mais plana da rua, o que gerava menos transtornos após tempestades.
— Na época, a sensação que eu tenho também é de que não chovia como chove hoje. Quando cheguei lá havia uma rua ao lado do condomínio que não tinha asfalto. Até hoje a via que fica na entrada não tem. Sempre prometeram para nós obras de melhorias ali e acreditávamos nisso, mas muitas não saíram do papel.
Segundo a prefeitura, as duas construções que desabaram eram irregulares. A comunidade Muzema foi uma das mais atingidas pelo temporal que atingiu o Rio de Janeiro. Até esta quinta-feira as ruas da região ainda estavam alagadas. O Rio encontra-se em estágio de alerta desde a última segunda-feira.
FONTE : extra.globo
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