'FOI MORAR LÁ PARA MORRER', LAMENTA MÃE DE VÍTIMA FATAL NA TRAGÉDIA DA MUZEMA - TVR USM

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'FOI MORAR LÁ PARA MORRER', LAMENTA MÃE DE VÍTIMA FATAL NA TRAGÉDIA DA MUZEMA

Rosa Bezerra Nascimento dos Santos, mãe de Raimundo Nonato

Rosa Bezerra Nascimento dos Santos, mãe de Raimundo Nonato Foto: Fábio Guimarães 


A mudança de Xerém para Muzema, há uma semana, foi festejada por Raimundo Nonato do Nascimento, a esposa Paloma e os quatro filhos, Lauana, Isaque, Pedro e Rafael. Além de um apartamento novo, uma nova oportunidade de trabalho para o patriarca. Motorista de van, e de aplicativos, a demanda na Zona Oeste do Rio era maior e o retorno financeiro seria também. Mas o recomeço foi interrompido com o desabamento dos prédios na comunidade. Raimundo, de 40 anos, e o filho Pedro, de oito anos, morreram. A esposa Paloma e o filho Rafael, de quatro anos, estão internados. E as crianças Lauana, de 16 anos, e Isaque, de nove anos, estão desaparecidas.
- Eles estavam muito felizes com a mudança. Eu estava com eles na semana passada. O apartamento estava precisando de alguns acabamentos. Eles queriam colocar uns granitos e eu fui ajudar. Agora aconteceu essa fatalidade - diz Rõan Carlos Neves Barroso, irmão de Paloma, que é pedreiro.
Aos prantos, a mãe de Raimundo, Rosa Bezerra Nascimento dos Santos, lamentou o ocorrido:
- Raimundo me dizia: 'Mãe, eu quero sair logo do aluguel'. E já estava doido para mudar. Eu falei para ele esperar um pouco, poderia ficar lá em casa se quisesse. Foi morar lá para morrer. Eu não cheguei a visitar o apartamento, mal sabia qual era o prédio. Só fui ver depois que desabou - diz Rosa. - As autoridades que tinham que fiscalizar isso. Já sabiam que a estrutura estava condenada. Quem vendeu o apartamento para o meu filho também sabia. Deus vai cobrar dessas pessoas.
Natural do Ceará, Raimundo foi criado pelo irmão e a cunhada de Rosa. Agora, a família vive um imbróglio sobre em qual estado o corpo será enterrado. É da vontade de Paloma, a esposa, e de Rosa, a mãe biológica, que Raimundo seja enterrado no Rio.
- Eu não criei meu filho, não tinha condições, mas depois nunca me cobrou nada. Eu só quero enterrar meu filho, seja aqui ou no Ceará. Só acho que tinha que fazer a vontade da esposa, que está no hospital - diz Rosa: - Sou grata a eles que educaram meu filho, mas não vim aqui brigar com parentes. Deus está no controle. Estou tentando me confortar.
FONTE : extra.globo

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