OSSAIM OU OSANYÍN !
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Existem Orisas que são essenciais para podermos cultuar outros, Ossaim é um deles, tão importante quanto Esu, não existe culto aos Orisas sem Ossaim.
O Ojubo Ossaim é um dos primeiros a ser montados em uma casa de Candomblé, é composto por uma haste de ferro com 6 ou 7 lanças e um pássaro no centro, além de resguardar a Egbe faz-se extremamente necessário para a iniciação de novos Yawos.
Em algumas partes da África Ossaim é o grande companheiro de Orumila, outrora travaram grande inimizade, mas ambos se auxiliam.
Pela proximidade a Orumila, Ossaim tem grande capacidade de auxiliar a ascensão financeira, pois até os Odus o procuram para obter a magia das ervas e sua eficácia.
Faz morada nas florestas mais fechadas, onde a natureza não foi afetada pelo homem. Aroni é seu companheiro, responsável por guardar a entrada das matas e aplicar sanções aqueles que não deixam a “salva” de Ossaim. Dizem ser este um anão de uma única perna, fumador de cachimbo feito de tronco de árvores, e às vezes confundido com o próprio Ossaim, é importante citar também o Exu que acompanha Ossaim, chamado Esu Sassaneji, que também carrega um pássaro em seu Ojubo, dizem alguns antigos que esse mesmo pássaro é o das Osorongas, confirmando assim a ligação de Ossaim com as Ajés.
Ossaim é Orisa, vem da terra de Iraó na Nigéria, próximo ao antigo Dahome, o que não faz dele um Vodoun, ou melhor dizendo, não faz parte do panteão Její. O que ocorreu foi a junção dos cultos no Brasil entre Orisa Ossaim e Vodoun Agué, ambos Deuses das folhas e ervas em sua terra natal.
Criaram-se muitas falácias sobre a relação de Ossaim e Oxossi, mas o que é indiscutível é a divisão do mesmo espaço e elementos, os dois são exímios feiticeiros e dominadores das matas.
O fumo é essencial em suas oferendas, Ossaim aprecia galos carijós e cabritos.
Seu principal ritual é a Sasányìn ou Asà Osanyìn, onde se invocam através de cânticos e ofós o poder das folhas, o Ejè dundun. São cantados em sequência e invoca inclusive o poder de folhas que não estão presentes no ritual, incumbindo sua força em folhas substitutas. Neste ritual encontram-se folhas relacionadas a calma, èrò, a terra, ewé ilè, a água, ewé omi, ao fogo, ewé inón, ao ar, ewé mésàn, as árvores, Igi, aos arbustos e plantas rasteiras, kekere, etc.
Dentre todas as folhas que são de seu domínio, o Peregun (que trás a força das divindades) é uma de suas preferidas.
Apesar de cada Orisa ter ficado responsável pelo poder de sua folha, o domínio impreterível ainda é de Ossaim.
Oya foi a responsável por espalhar entre os Orisas as folhas de Ossaim, e por esse motivo é muito importante que os Omo-Oya tenham ótima relação com o Orisa Ossaim.
Ewé njé
Oògun njé
Oògun tikò jé
Ewé rè ní kò pè
Oògun njé
Oògun tikò jé
Ewé rè ní kò pè
“As folhas funcionam
Os remédios funcionam
Remédio que não funciona
É que tem folha faltando”
Os remédios funcionam
Remédio que não funciona
É que tem folha faltando”
Sobre Ossaim poderíamos discorrer varias linhas neste texto, mas aqui fica minha pequena contribuição baseada no que aprendi e vivi.
FONTE : D.Vieira / Àláfià
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