DIAS DE ADORAÇÃO AOS ÒRÌSÀS NO BRASIL - Ọsẹ Òrìsà
Dias de adoração aos Òrìsàs no Brasil - Ọsẹ Òrìsà
No Brasil, conforme todos nós sabemos, a religiosidade mais conhecida como o culto aos Òrìsàs, é o Candomblé. A religiosidade tradicional yorùbá, no Brasil está começando a crescer agora e a quantidade de pessoas que a compõem, não é tão grande quanto a do Candomblé, mas os textos dessas pessoas, o conhecimento delas têm sido muito espalhado por nós, brasileiros, acreditarmos que tudo da Yorùbáland é legítimo e é "da fonte", mas enfim, vamos ao assunto principal.
No Brasil, assim como em todo o restante do mundo, segue-se como principal calendário mercantilista, o calendário cristão. Para muitos países, o calendário único e regente.
Na Yorùbáland, há dois calendários, o yorùbá - conhecido como "Kojoda" - e o calendário cristão utilizado para fins comerciais e entre outros. No calendário yorùbá, o kojoda, a semana é de 4 dias, sendo elas: Ojo Ògún, Ojo Jakuta, Ojo Ose e Ojo Awo. No primeiro dia da semana, cultua-se Ògún e divindades ligadas a esse Òrìsà; no segundo dia, cultua-se Sàngó e deidades ligadas a essa divindade; no terceiro dia, cultua-se Obàtálá (Òòsà Nlá - Oxalá em nosso país) e Òrìsàs ligados a essa deidade; no quarto e último dia, cultua-se Orunmila e, em algumas famílias, cultua-se Èsù junto.
No Brasil, com o calendário gregoriano, o cristão, as divindades foram divindades foram realocadas para seu cultuo e adoração em sete dias da semana diferentes, mas levando-se em consideração, algumas tradicionalidades, postarei aqui o calendário de adoração do Candomblé que eu aprendi: Segunda-feira: Èsù e Obaluaye; terça-feira: Ògún; quarta-feira: Sàngó, Oya, Ayrá (Àrá) e demais divindades do fogo; quinta-feira: Osoosi, Logunede, Ossain e demais divindades ligadas à caça; sexta-feira: Oxalá (Obàtálá); sábado: Yemoja e Òsún; domingo: Nàná.
Essas datas modificam-se de tradicionalidade para tradicionalidade, mas dificilmente você encontrará uma quarta-feira que não seja dedicada aos Òrìsàs atribuídos a data nessa pesquisa e, também, dificilmente, você encontrará uma tradicionalidade que não seja atribuída a Obàtálá (Oxalá).
Nós, o povo da diáspora, do Candomblé, não precisamos nos curvar à nenhuma tradicionalidade, a nenhuma cultura, a nenhum povo, que não seja o nosso, pois nós mesmos somos os guardiões de nosso segredo. Precisamos sim, retornar à África e obter os ìtàns sem deturpação, recuperar culinária, Korins (Orins) e Orikis, mas isso já é observado e visto por grandes casas, dentre elas, o Axé Oxumarê que é um grande representante do processo de contato com a África - Terra Ancestral -, e ele consiste basicamente no retorno à África para recuperar a culinária, korins e orikis, além de algumas práticas e o que a matriz achar necessário. Esse processo não faz o Axé Oxumarê menos Candomblé que o alheio, isso não faz o Axé Oxumarê inventar um tradicionalblé ou algo do tipo, isso mostra que o Axé Oxumarê se preocupa com a preservação de seu culto e sabe aproveitar as oportunidades de retorno ao grande berço de nossa cultura.
FONTE : Caio Victorino - Ọmọ Ọbàtálá.
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