FILHA DE PACIENTE DESCREVE INCÊNDIO NO HOSPITAL BADIM COMO ' NOITE DE TERROR'
Ana Cristina Monteiro na porta do Hospital Badim Foto: Brenno Carvalho
Moradora da Tijuca, a auxiliar administrativa Ana Cristina Monteiro foi surpreendida no início da noite de quinta-feira por uma ligação de um número desconhecido. Sem ciência do incêndio que tomava o Hospital Badim, a servidora pública atendeu a chamada e ouviu a mãe, Ana Maria Monteiro, de 67 anos, em prantos do outro lado da linha - que estava internada há apenas dois dias no CTI da unidade por complicações de uma trombose na perna. A familiar chegou às pressas ao hospital e encontrou a mãe do lado de fora em uma cadeira de rodas, em um cenário que ela descreve como uma "noite de terror".
- Atendi e não podia esperar que fosse minha mãe do outro lado da linha. Ela teve de pedir ajuda a uma enfermeira e saiu carregada lá de dentro. Tinha muita fumaça e estava sem luz então ela não conseguia se deslocar. Do lado de fora, uma pessoa do bem emprestou o telefone e ela me ligou, por volta das 17h45 - relata Ana Cristina.

Corpo é retirado do hospital Badin Foto: Fabio Motta
De acordo com a filha, a mãe inalou fumaça, mas está em boas condições de saúde. Ana Cristina conta que a mãe tinha previsão de sair do CTI para o quarto nesta sexta-feira. Por conta do incêndio, a idosa foi transferida para o hospital Quinta D'Or. Ela afirma que não recebeu até então qualquer contato do Hospital Badim.
- Hoje posso comemorar. Minha mãe contou que ainda tentou sair por uma porta e foi impedida devido ao calor do fogo. Falaram que estava controlado, mas foi uma correria enorme - afirma Ana Cristina.
Uma das últimas a ser retirada

Rosângela: 'Era muita gente, muito paciente, aquilo ali estava horrível' Foto: Saulo Pereira Guimarães
Marlene Nunes, de 83 anos, veio transferida da CTI B do Badin para o Israelita. A idosa de 83 anos estava internada por pneumonia e outros problemas pulmonares e foi uma das últimas a ser retirada do hospital, por volta de 22h30. De acordo com Rosângela Salvador, de 62, os médicos informaram que Marlene passa bem.
Rosângela contou que a mãe estava internada desde segunda-feira no quinto andar:
- Era muita gente, muito paciente, aquilo ali estava horrível. O hospital trata muito bem as pessoas, mas tinha muito paciente. Os CTIs são grandes lá.
Ela não conseguiu ver quando a idosa foi retirada do hospital e trazida para o Israelita:
- Ontem, o médico tinha dito que ela estava começando a melhorar e ia avaliar para ver se ela poderia sair dentro de quatro dias do CTI e ir para o quarto.
Após o incêndio, Rosangela procurou pela mãe numa creche e nas garagens dos prédios próximos ao Badin que estavam sendo usadas como ponto de apoio. Sem sucesso em localiza-la, pediu ao genro que ajudasse na procura. Ele percorreu os hospitais Israelita e Quinta D'Or em busca de informações, até que a família foi informada de que Marlene tinha sido trazida para o Israelita.
- Aquilo ali foi uma coisa que ninguém esperava. Ninguém podia dar informação naquele sufoco, um tumulto no escuro. O desespero foi nosso e deles também, mas salvaram muita gente.
Saída pela escada do CTI
Nourival da Silva Brito tem cerca de 70 anos e foi internado com pneumonia há uma semana no terceiro andar do Badin. De acordo com sua sobrinha, a advogada Danielle Brito, as equipes de enfermagem foram a uma sala de refúgio quando o incêndio começou e foi Marlene, a acompanhante de Nourival, quem salvou seu tio.
- Ela usou uma escada para quebrar o vidro de uma janela da CTI, por onde ele saiu.
Danielle informou que Nourival passa bem e que Marlene ajudou ainda no resgate de outras duas pessoas. Ela sofreu cortes. A acompanhante e o idoso estão internados no hospital Israelita, na Tijuca.
FONTE :extra
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