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A LENDA DO MARIWÔ

A imagem pode conter: planta, atividades ao ar livre e natureza

Uma antiga lenda, conta que havia um mercado na cidade de Ire, conhecido por ser um mercado cheio de sofrimento, onde Orunmilá havia conseguido sua prosperidade e ensinado posteriormente o segredo a Òsàlá.

Ao saber que Òsàlá havia conseguido sua prosperidade no mercado do sofrimento, Ògún também procurou saber com Orunmilá, como também tornar-se próspero. Orunmilá lhe disse que ele deveria ser paciente e, em hipótese alguma, deveria usar a sua poderosa espada. Ògún de posse das orientações de Orunmilá, foi até o mercado do sofrimento, chegando lá se deparou com um cachorro no portão, cobrando-lhe pedágio para entrar. Ògún achou inaceitável um cachorro lhe cobrar pedágio e, num impulso imediato, pegou sua espada, ferindo o cachorro até a morte.

Todos gritaram: “Ele matou o Onibode” (o guardião do portão), todos começaram a chorar e, com vergonha, Ògún correu mata adentro, onde havia uma grande plantação de Labelabe (uma planta cortante, chamada em Salvador de Tiririca). As folhas de labelabe cortaram toda a roupa de Ògún. Quando ele saiu da mata, chegando a praça principal da cidade, ele estava completamente nu.

As pessoas então gritaram “Ògún Kolaso” (Ogun não se cobre com roupas). Novamente envergonhado, Ògún olhou um Igi Ope, arrancando-lhe o broto e vestindo-se com o Màrìwò. As pessoas, por sua vez, exclamaram:

“Màrìwò Asò Ògún-o Màrìwò” (Mariwo é a roupa de Ògún, o Mariwo).

Como forma de arrependimento, Ògún desde então, passou a usar o Màrìwò como a sua vestimenta, sendo que as palavras entoadas na ocasião são cantadas até os dias de hoje, nas festas dedicadas à Ògún.

Das folhas do dendezeiro fazem-se as franjas do mariwo, cortinas sagradas que têm por finalidade resguardar e separar o sagrado do profano.

Um canto louvado mostra o poder do mariwo:

Biri-biri bò wón lójú,
Ogbéri ko mo Mariwo!

As trevas cobrem seus olhos,
O não iniciado não pode conhecer o mistério do Mariwô!

Mariô ou Mariwô, chamado de (igi ôpê) pelo povo do santo, é o nome da folha do dendezeiro, nome científico “Elaeis guineensis”, desfiado, utilizado nas portas e janelas dos terreiros. O mariô é consagrado a Ogun, assim, é muito comum vê-lo nos assentamentos e nas vestes deste Orisa.

Segundo a mitologia do candomblé, a função do mariô é espantar as energias negativas e espíritos perturbadores, tendo esta função, Oya,, a divindade que preside sobre os Eguns, carrega-o também sobre as suas vestes.

FONTE : Autor desconhecido

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