KO SI EWE, SEM FOLHA, KO SI ORIXÁ, NÃO HÁ ORIXÁ .
Ossain é um orixá um pouco diferente dos demais, possui a magia, o dom da cura (curandeiro) e possuia a sabedoria de utilizar as folhas para todas as finalidades possíveis. Seu culto é restrito, secreto (os Olossain), mas também é cultuado mais abertamente dentro do culto a Ifá, seu companheiro inseparável é Aroni (ele é quem encanta as folhas).
Oriki
Agbénigi, òròmodìe abìdi sónsó
Esinsin abedo kínníkínni;
Kòògo egbòrò irín
Aképè nigbà òràn kò sunwòn
Tíotio tin, ó gbà aso òkùnrùn ta gìègìè.
Elésè kan jù elésè méjì lo.
Ewé gbogbo kíki oògùn
Àgbénigi, èsìsì kosùn
Agogo nla se erpe agbára
Ó gbà wón là tán, wón dúpé téniténi
Aròni já si kòtò di oògùn máyà
Elésè kan ti ó lé elése méjì sáré
Aquele que vive nas árvores e que tem um rabo pontudo como estaca.
Aquele que tem o fígado transparente como o da mosca.
Aquele que é tão forte quanto uma barra de ferro.
Aquele que tem o fígado transparente como o da mosca.
Aquele que é tão forte quanto uma barra de ferro.
Aquele que é invocado quando as coisas não estão bem.
O esbelto que quando recebe a roupa da doença se move como se fosse cair.
O que tem uma só perna e é mais poderoso que os que têm duas.
Todas as folhas têm viscosidade que se tornam remédio.
Àgbénigi, o deus que usa palha.
O grande sino de ferro que soa poderosamente.
A quem as pessoas agradecem sem reservas depois que ele humilha as doenças.
Àròni que pula no poço com amuletos em seu peito.
O homem de uma perna que exita os de duas pernas para correr.
Todas as obrigações, além da iniciação, em que tiver sacrifício de animais serão sempre precedidos dessa liturgia sagrada sendo um orô obrigatório, sempre com louvação a Pai Òsányìn, no qual chamamos comumente de Sasányìn ou seja Asá Òsányìn. “Korin Ewé”, isto é, cantar Folhas em louvar a Òsányìn, aos Bàbás, Ìyás, ancestrais, aos ègbóns, sua raiz e àse, Ogans e Ekedis, aos Orixás e ojubós da casa, a Òrúnmìlà e por fim a Òsàlá. O primeiro korín ewé entoado é o Pèrègún ou o Akokô, consideradas as primeiras folhas ou as folha ancestralizada e mais velha: asà o, erù ejé.
“Pèrègún àlàxó titun ô
Pérègún àlà titun
Bàbá pèrègún àlà o merin
Pèrègún àlàxó titun ô”
Pérègún àlà titun
Bàbá pèrègún àlà o merin
Pèrègún àlàxó titun ô”
Airokò akokoô Aráwyé aguésemin
àlàdó igue igue akokoô, aráibóbó odédeban.
Ara odédeban, Ara odédeban
Aráibóbó Ará odédeban.
àlàdó igue igue akokoô, aráibóbó odédeban.
Ara odédeban, Ara odédeban
Aráibóbó Ará odédeban.
Sem esse entendimento não haverá a presença do Orixá, o velho provérbio das casas diz: Kó sí ewé, kó sí Orixá! (Sem folha não há Orixá).
Finaliza-se o culto com os cânticos das três águas, o omièrò de àse, reverenciando o Màrìwò e Òsányìn.
“Biribiri bí ti màrìwò
jé òsányìn málé ê màrìwò
Biribiri bí tí màrìwò
Bá wa t’órò wa se màrìwò”.
jé òsányìn málé ê màrìwò
Biribiri bí tí màrìwò
Bá wa t’órò wa se màrìwò”.
Só Òsányìn conhece os segredos das folhas, só os ofós entuado pelo Olosányìn, Babalosáyìn, o próprio Babalorixá ou Iyalorixá cumprirá a função de despertar o seu poder e força, realizando assim o grande AWO (segredo e mistério), não podendo delegar esta função a nenhum outro filho; o ejé verde é fundamental em toda liturgia.
FONTE : Autor desconhecido
Nenhum comentário