O QUE É BORI?

"Mesmo se nosso Òrìsà estiver bem, só ficará tudo bem se o nosso Òri estiver também." ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Os Yorùbá cultuam o seu elemento mais sacro: o Orí;
O ato de oferendar à cabeça chama-se Borí, que consiste em assentar, sacralizar, reverenciar e ofertar o Òrìṣà Orí, portanto, cultuar e louvar Orí e assim estabelecer o elo entre a cabeça material do neófito e sua cabeça espiritual, ou seja, criar a harmonia e equilíbrio necessários à vida.

Alimentar a cabeça é uma cerimônia de equilíbrio e fortalecimento do Orí de cada indivíduo e pode ser feita em todas as pessoas, independente de religião. É comum pessoas que não são do culto procurarem o Candomblé para fazer um Bori. Conta-se que Getúlio Vargas tinha Mãe Aninha, fundadora do Ilê Axé Opô Afonjá, como conselheira espiritual e era comum que fosse "dar Bori" com ela.

O ritual de Bori, no Candomblé Ketu, dura aproximadamente três dias. Durante todo o processo a pessoa fica reclusa em um quarto, onde apenas algumas pessoas tem acesso. Liturgicamente o ritual é muito bonito. Na "Mesa de Bori" os elementos principais têm a representação da calmaria, da tranquilidade: Acaçá, ebô, etc. Existem vários outros elementos utilizados de acordo com a necessidade ou conforme os costumes de cada casa de Candomblé. Sua liturgia é bastante complexa, com rezas e cantigas específicas, onde homenageia-se também Iemanjá, por cuidar de todas as cabeças. 

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"E mesmo que você perca tudo
e mesmo que você se perca
o fato que o único tesouro que ninguém pode se apropriar,
nem mesmo o tempo consumir, é o seu Orí.
Nele mora a capacidade de se recriar
quantas vezes forem necessárias agora e na eternidade.
Fonte criadora inesgotável,
que acompanha cada indivíduo por sucessivas existências,
que evolui, que se amplia, que se recria... ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Fragmento divino que cria."

FONTE : Autor desconhecido