ÈWÉ ÌRÓKÓ !!!

Gamela é uma vasilha com a forma de uma tigela ou bacia, esculpida em madeira retirada de árvores cuja madeira é macia, um exemplo é a gameleira de onde o nome popular do utensílio vem.
No candomblé a Gameleira Branca de Nome científico: Chlorophora excelsa é conhecida como Irôco (ÌRÓKÒ) está árvore sagrada pertencente ao próprio orixá Irôko assim como a Xangô e Oxalá.
Esta árvore imponente esta ligada aos elementos fogo/masculino/gùn.
Dentro da mística e do culto há casas de axé que já assossiam a gameleira vermelha a Ìrókò sem esquecer que segundo os antigos:
"Uma árvore com mais de 50 anos também é considerada um Ìrókò."
Não tem como falar de Ìrókò a árvore sem falar de Ìrókò como divindade que também é conhecido como Rôco, Irôco, um Orixá que é cultuado no candomblé do brasileiro pela nação Ketu e, como Loko, pela nação Jeje. Segundo os Bantus corresponderia ao Nkisi Tempo no Angola/Congo. No Brasil, Iroko é considerado um orixá e tratado como tal, principalmente nas casas tradicionais de nação ketu.
Em África Amoreira Africana conhecida como Irôco possui nome cientifico (Milicia excelsa).
No Brasil consagram-se outras espécies de árvores à esse propósito de culto e consagração ao orixá, como a Gameleira ( lokotin, Ficus doliaria), a Sumaúma de Várzea ( huntin, Ceiba petandra) O Dendezeiro ( detin, Elaeis guineensis) , o o Mamoeiro ( kpentin, Carica papaya ), etc.
No Brasil consagram-se outras espécies de árvores à esse propósito de culto e consagração ao orixá, como a Gameleira ( lokotin, Ficus doliaria), a Sumaúma de Várzea ( huntin, Ceiba petandra) O Dendezeiro ( detin, Elaeis guineensis) , o o Mamoeiro ( kpentin, Carica papaya ), etc.
Um fragmento de um Itan conta que na floresta do rei Kpasse, o fundador de Uidá, existe uma dessas árvores, que segundo se conta, é o esconderijo desse rei, que transformou-se nela para escapar da perseguição de seus inimigos.
Ìrókò é uma designação comum em várias linguas do oeste africano.
Algumas vezes a pronuncia se modifica de acordo com a região.
Outro fragmento de um outro Itan conta sobre a importância da gameleira e sua ligação com o Aiyê, Orún e os Oloke encabeçados pelo orixá funfun Babá Dankó o verdadeiro pai de Oyá no epíteto de Onirá.
Em outro fragmento de itan se mostra Ìrókò uma das árvores onde Yami faz pouso empoleirando-se. Esse, por sinal, é um dos motivos para que as pessoas não fiquem debaixo da copa de Iroko durante a noite, pois segundo os antigos é lá que ela se esconde em meio a seus grandes galhos.
Em outro fragmento de Itan conta-se que Ìrókò era irmão de Yamin e OgbOrí
e ajuda Yamin a castigar a irmã de nome OgbOrí que era mortal por ela não cuidar de seu único filho onde Yamin sozinha cuidou dos 10 filhos de OgbOrí.
Òrìsà Ìrókò
Èwè oabó ìròkó
Èwé oabó so bè jé
Èwé oabó ìròkó bàbá
Èwé oabó so bè jé
Èwé oabó so bè jé
Èwé oabó ìròkó bàbá
Èwé oabó so bè jé
As folhas do rei Iroko
Responde as nossas súplicas
A folha do rei Iroko, Pai
Responde as nossas súplicas
Responde as nossas súplicas
A folha do rei Iroko, Pai
Responde as nossas súplicas
Neste próximo korin ewé logo após esta breve explanação, ficam ressaltados os aspectos referentes ao culto das Yamins, ancestrais femininos, através da menção ao pássaro símbolo do poder das mães feiticeiras e sua ligação com Ìrókò como divindade e como árvore.
Segundo Barros (et. al. 1988), a gameleira branca é tanto a morada do orixá Ìrókò, quanto pertencente a Xangô, representante de seu ancestral masculino.
E Ìrókò ìí koro o
O igi eiye ti temi
O igi eije ko gbo’jo
A Ìrókò akin degun
E a Ìrókò ìí roko o
A ye igi eiye ti temi
O igi eiye Ìrókò
A Ìrókò ìí roko o
A Ìrókò akin degun
A ye igi eiye ti temi
O igi eiye ko gbo’jo
A Ìrókò akin degun
Akindebon, akin degun
AÌrókò aki degun
Èrò Ìrókò
Ìrókò ìso
Érò Ìrókò ìso èrò
O igi eiye ti temi
O igi eije ko gbo’jo
A Ìrókò akin degun
E a Ìrókò ìí roko o
A ye igi eiye ti temi
O igi eiye Ìrókò
A Ìrókò ìí roko o
A Ìrókò akin degun
A ye igi eiye ti temi
O igi eiye ko gbo’jo
A Ìrókò akin degun
Akindebon, akin degun
AÌrókò aki degun
Èrò Ìrókò
Ìrókò ìso
Érò Ìrókò ìso èrò
Iroko não semeado
Àrvore de pássaro meu
Árvore de pássaro não recebe chuva
Iroko, poderoso refúgio
Iroko não- semeado
Árvore de pássaro meu
Árvore de pássaro, Iroko
Iroko poderoso refúgio
Sim, Iroko não-semeado
Ah, sim, árvore de pássaro meu
Àrvore de pássaro não recebe chuva
Iroko poderoso não recebe refúgio
Ah, Iroko poderoso refúgio
Calma é de Iroko
Iroko não falha
Calama é de Iroko, calma não falha.
Àrvore de pássaro meu
Árvore de pássaro não recebe chuva
Iroko, poderoso refúgio
Iroko não- semeado
Árvore de pássaro meu
Árvore de pássaro, Iroko
Iroko poderoso refúgio
Sim, Iroko não-semeado
Ah, sim, árvore de pássaro meu
Àrvore de pássaro não recebe chuva
Iroko poderoso não recebe refúgio
Ah, Iroko poderoso refúgio
Calma é de Iroko
Iroko não falha
Calama é de Iroko, calma não falha.
A reverência a Ìrókò mantém-se viva no continente africano. Entre os iorubás, ele é considerado o pai de todas as plantas.
“Na cultura fon, dos Jeje, há culto a Loco, e nos cultos angola, a Tempo. Mas para o iorubano, Ìrókò não é um orixá propriamente dito. É um caminho para a divindade e ali mora um personagem espiritual, mas não há sacerdote ou liturgia de culto a Ìrókò”, compara o professor Félix Ayoh´OMIDIRE. “Talvez essa diferença aqui no Brasil tenha a ver com o sincretismo Jeje-Nago, ainda na África, porque foi lá que o sincretismo começou”, “O primeiro contato de um orixá na Terra é com uma planta, daí o papel fundamental das árvores em nossa história”, avalia o professor Félix Ayoh´OMIDIRE, em entrevista cedida ao Jornal Correio da Bahia p. 5, 04/07/2006.
O esplendor do Ìrókò não diminui o brilho e o poder de outras atiças — palavra que
designa esse grupo de árvores sagradas. O curioso é que são plantas conhecidas de grande parte da população, mas para os Yorubás, têm um papel que merece reverência. A jaqueira (Artocarpus integrifólia L. f., moraceae) é chamada de Apaoká, orixá feminino da família de Xangô. No Ilê Axé Opô Afonja existe uma belíssima, vestida com saia. As “cerimônias são muito bonitas: é feito um xirê e as filhas dançam ao redor da árvore”, conta ebome Cici 06/03/2008.
FONTE : Egbome cici
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