COM CANTO FORTE E SHOW DE CLAUDINHO E SELMINHA, ‘DINASTIA BEIJA-FLOR’ MOSTRA QUE ESTÁ DE VOLTA - TVR USM

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COM CANTO FORTE E SHOW DE CLAUDINHO E SELMINHA, ‘DINASTIA BEIJA-FLOR’ MOSTRA QUE ESTÁ DE VOLTA

 Agremiação de Nilópolis apresentou fortes quesitos para brigar pelo título no próximo carnaval. Destaque para o canto da comunidade, bateria e o casal de mestre sala e porta-bandeira.

Aguardado com muita ansiedade pelo povo do samba e seus torcedores, o ensaio técnico da Beija-Flor de Nilópolis no último domingo conseguiu superar todas as expectativas e arrebatou o público presente na Marquês de Sapucaí. Desde a comissão de frente, com passos marcados e coreografia muito bem definida, passando pelo bailado primoroso de Selminha e Claudinho, a potência da bateria e um samba-enredo festejado pelo nilopolitano, a harmonia e evolução coroaram um trabalho que se desenvolve cada vez mais forte pelo time da escola. Ao todo, o treino levou 1h06 da concentração à dispersão.

“Foi um grande ensaio, conforme a gente vem fazendo na Mirandela, aqui a gente marca o tempo mais exato da escola, a evolução perfeita, no nosso tempo e deu tudo certo. Agora só preciso bater um papo com quem vinha mais atrás para saber como é que foi. Estamos ensaiando tem muito tempo, acho que estamos prontos. Mas é depois de hoje que de repente algum diretor de ala, harmonia ou carro de som vai conversar para confirmar se está tudo certo. Acredito que a escola está muito pronta, ensaiada, todo mundo sabe o que vai fazer e estamos muito felizes”, disse Dudu Azevedo, diretor de carnaval.

Fotos de Allan Duffes

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Três décadas de uma linda história de amor. É assim que Selminha Sorriso e Claudinho chegarão na avenida em 2022: comemorando 30 anos de uma parceria que emociona todo sambista. Há 27 anos somente na Beija-Flor, o bailado preciso da porta-bandeira, com toda sua graça, leveza e sorriso inconfundível, completa um casamento eficiente com o riscado afiado do seu mestre sala. Não é possível negar que por onde passam, o casal paralisa quem assiste a apresentação deslumbrante da dupla. Ao longo dos 2m40 em frente aos módulos de julgamento, eles arrancaram aplausos do público presente na Sapucaí.

Em termos técnicos, não houve falhas de execução. A bandeira esteve todo o tempo desfraldada, casal com olho no olho, cortejo, bailado preciso e muito vigor. Trajados em azul bebê, ela com um belo vestido em pedrarias e ele com um terno cintilante, os dois se apresentaram com categoria e elegância. Poder acompanhá-los é um deleite para os olhos.

“Aqui é nosso lugar de fala. O nosso quilombo. Somos privilegiados quem está nesse carnaval. Agradecer pelas vidas e orar por quem se foi. Sempre um mistério pisar aqui, não tem receita de bolo, a emoção se renova. A nossa fantasia é roupa mais diferente que vestimos. Tanta gente esperando a gente. São 30 anos como casal”, comentou Selminha.

“A gente estava com fome e sede disso. Perdemos tantas vidas. Agora, vamos celebrar a vida. Ainda não colocamos a coreografia, ainda tem muita surpresa”, completou Claudinho.

Harmonia

O canto forte dos seus componentes prevaleceu durante a passagem da Beija-Flor pela passarela. A comunidade nilopolitana abraçou a obra com muito vigor e entusiasmo. Todos os segmentos da agremiação provaram que estão com a letra do samba decorada, o que reflete o excelente trabalho de harmonia da azul e branco. Não houve oscilação de canto.


Muitas foram as alas que se destacaram ao longo de todo o percurso pela avenida. Já na abertura, antecedendo o tripé que representava o abre alas, a primeira ala coreografada deu um show na execução da coreografia e no canto. Destaque também para as alas 13 e 15. A segunda, além de entoar com bravura a letra do samba, estava com uma minuciosa pintura facial para compor o figurino no ensaio. Da concentração até a praça da apoteose, vozes se misturaram em um coro vindo do peito do nilopolitano.

“Foi nítida a garra da nossa família, a família Beija-Flor, a garra do povo do samba, eu tenho certeza absoluta que quem vai ganhar é a nossa festa. Depois de dois anos dessa saudade toda do mundo do samba, do carnaval, a gente não tem nem palavras, estou super feliz. Mais uma vez um sonho realizado, nós sambistas somos vencedores por tudo o que a gente passou, a pandemia violentíssima, o nosso povo tá aí de pé. Logicamente, lamentando muitos que se foram, mas a festa continua”, disse Neguinho da Beija-Flor.

Evolução

A Beija-Flor levou um grande número de pessoas para a Marquês de Sapucaí, se mostrou compacta e evoluiu sem problemas pela pista. Os componentes da azul e branco preencheram toda a avenida. Pode-se ver muita gente à vontade para mostrar seu samba no pé. A escola trouxe algumas alas coreografadas, propiciando um belo efeito visual. Em uma das alas os integrantes vestiam capas cor de laranja com frases anti racistas como “Respeite a cor da minha pele”, “Meu cabelo é resistência, não é moda”, entre outras…

Não houve correrias ou lentidão, muito pelo contrário. Com calma, a escola fluiu de uma maneira muito segura. Era possível observar no rosto dos brincantes a leveza e a alegria de retornarem ao solo sagrado do sambista. Ao longo de toda a passarela, diretores de alas direcionaram os desfilantes para que tudo saísse conforme o planejado.

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