KELLY WERNECK SERÁ UMA POMBAGIRA EM DESFILE DA GRANDE RIO
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Fotos: Arquivo Pessoal Kelly Werneck. |
Passista trans da Portela, Kelly recebeu o convite de Nilce Fran.
Como o samba é uma instituição democrática, está sempre aberto a todos, principalmente para um grupo de pessoas, artistas, agentes da alegria – passistas e musas trans – como Kelly Werneck. Tendo no currículo o posto de Rainha da Corte LGBT 2018 e o de Primeira Princesa LGBT de Duque de Caxias 2019, Kelly, para este Carnaval de 2022, está ainda mais empoderada e poderosa.
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Fotos: Arquivo Pessoal Kelly Werneck. |
A convite de Nilce Fran, uma personalidade importante do Carnaval carioca, para fazer parte da ala de passistas da Portela, uma agremiação tradicional e conceituada, Kelly Werneck aceitou o mesmo de pronto. Afinal, não é todo dia que um convite desse acontece, pontua a passista trans em sua fala: “Na hora eu aceitei, pois eu sempre tive o sonho em ser passista dela, pela postura, respeito e todos os ensinamentos que ela tem”.
Além da Portela, Kelly desfilará na Grande Rio, agremiação que falará sobre as sete chaves de Exu, os marginalizados sociais. E a mesma virá representando uma entidade, uma pomba-gira, convite feito pela própria diretoria. “O convite veio direto de dentro da gestão da escola, foram selecionadas 16 meninas trans para representarem o espírito da Lapa; então, representaremos com muito orgulho”.
E Kelly se orgulha em ser inspiração para outras pessoas trans. Assumindo, em seu registro de documento o nome de Kelly Werneck Limeira Coelho Nascimento, esta massoterapeuta começou no mundo do samba com 8 anos de idade, na Pimpolhos da Grande Rio. Ficando na agremiação mirim, até os 13 anos.
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Fotos: Arquivo Pessoal Kelly Werneck. |
Após, passou a desfilar em ala da comunidade da escola de Caxias. Com o tempo, passou a ser passista de diversas escolas de samba, como Curicica, Inocentes de Belford Roxo, Alegria da Zona Sul, Império Serrano e União da Ilha do Governador. Na Unidos da Ponte, desfilou como destaque, no Carnaval de 2019. Em 2020, foi coreógrafa de ala e musa da Acadêmicos de Vigário Geral.
Transexual e empoderada, a artista do Carnaval levanta uma bandeira e diz: “E em meio a tanto preconceito e o pode e não pode, eu sei que posso e você que é trans também pode ser uma passista ou fazer parte de uma corte – seja como rainha ou princesa”. E conclui dizendo: “Gratidão é a palavra para todos que me acompanham e me desejam bem; e lembrem, nunca desistam dos seus sonhos, pois pode demorar, mas um dia ele se realiza!”
Por: Clilton Paz
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