RJ - TERREIRO É INCENDIADO EM NOVA IGUAÇU; SUSPEITA É DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: 'PERDI TUDO, MENOS A FÉ' - TVR USM

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RJ - TERREIRO É INCENDIADO EM NOVA IGUAÇU; SUSPEITA É DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: 'PERDI TUDO, MENOS A FÉ'

 

Casa estava em fase final de construção e foi destruída — Foto: Divulgação

Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) investiga o caso


O terreiro de candomblé Ile Oya Osun Nide, localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi tomado por chamas no domingo. O caso é investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). A suspeita é de crime de intolerância e racismo religioso. Não havia ninguém no local no momento do incêndio.

A yalorixá Neila de Oya, líder espiritual da casa, recebeu uma ligação de vizinhos informando que um incêndio atingia o terreiro. Imediatamente, o Corpo de Bombeiros foi acionado para combater as chamas. De acordo com a Polícia Civil, as investigações já foram iniciadas.

— É perceptível que foi um crime, porque a fiação estava intacta, foram três focos de incêndio, porque somente dentro da casa pegou fogo, do lado de fora não... Então, foi um crime religioso, nada foi roubado, apenas destruído. Claramente foi (um ato) de intolerância religiosa, onde eles tentam punir a gente por praticar a nossa religião — afirma a líder religiosa. — E eu perdi tudo, menos a fé, inclusive o teto da minha casa caiu, eu não quis falar antes, porque não tinha condições psicológicas.

Integrantes da comunidade religiosa relataram que o fogo destruiu praticamente todo o terreiro, que estava em fase avançada de construção. Restaram apenas dois quartos de santo. Em um apelo à solidariedade, a yalorixá pede apoio para a reconstrução do espaço para cultos.

— Precisamos da ajuda de todos para reerguer nossa casa de axé e seguir firmes em nossa fé — completou Neila.

A vereadora de Niterói Benny Briolly, que denunciou o ocorrido em suas redes sociais, afirmou que o caso não é isolado, e que violações de direitos humanos direcionado às religiões afrobrasileiras têm aumentado no estado do Rio.

— Querem queimar a nossa memória, culturas, raízes e tradições — disse a parlamentar.


Por Camila Araujo

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