UM POUCO DA HISTÓRIA DESSA GRANDE SENHORA. ( Sobre Mãe Nitinha ) - TVR USM

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UM POUCO DA HISTÓRIA DESSA GRANDE SENHORA. ( Sobre Mãe Nitinha )


Sobre Mãe Nitinha

Areonithe da Conceição Chagas, Ìyá Nitinha de Òsun, nasceu no dia 12 de setembro de 1928, em Santo amaro de Ipitanga, na Bahia.

Filha de Izadora com um espanhol foi criada por Maria da Natividade Pereira, mais conhecida como " Cotinha " , Ògúnjobì, filha de santo da Casa Branca, mais precisamente do terceiro barco de ìyá Massi. Oinfunkè.

Aos quatro anos de idade, ìyá Nitinha foi iniciada para òsun, por ìyá Massi.
Aos quatorze anos casou se com um filho de Ògún do Jeje de Cachoeira BA, conhecido  como " Seu Benzinho ". Ele era Oluwò, ou seja, jogava os búzios para a Casa Branca, além de outras casas importantes. Desta União nasceram dois filhos, ambos Ogà da Casa Branca : Areelson ( Ogà Léo ) e Arehigino ( Ogà Ginihho ), confirmados por Ìyà Massì.


Durante esta união Ìyá Nitinha galgou conhecimento sobre a nação Jeje, pois Seu Benzinho era um grande e respeitado Olúwò.
Tempos depois, ela passou a trabalhar nas profissões nas quais era formada, a saber, parteira e professora primária, na Comunidade do Portão BA.

Mais tarde um terceiro filho, Antonio Luis ( Ogà Julinho ).
No Ilé Àse Ìyá Nasó Oká Casa Branca, recebeu os postos de Ìyàtebesé, Ojùodé e Ìyákekeré. Também recebeu o posto de Ìyàgà no Ilè Agboulá no bairro das Amoreiras em Itaparica  BA sendo o maior posto dado a uma mulher no culto de Bàbá Egun.

Fundou sua primeira casa de Candomblé em 1960, no Município de Santo Amaro do Ipitanga em Pitangueiras BA.


E assim Iya Nitinha não parou e em 23 de abril de 1972 fundou a Sociedade Nossa Senhora das Candeias ( Asé Iyá Nassó Oká Ile Osun ) na Cidade de Nova Iguaçu Rj, mais precisamente no bairro de Miguel Couto, na Baixada Fluminense.

Neste foram iniciados mais de 500 filhos de santo, Ogá e Ekeje.

Sempre correta em suas atitudes e dedicada aos seus trabalhos como Iyalorisá, Iyá Nitinha era um exemplo de respeito e cumplicidade para com os Orisá, aos quais dedicou toda a sua vida.

Conheceu o Presidente Lula no Rio de Janeiro há des anos depois, em 2005 foi convidada pelo próprio Presidente para fazer parte da Comitiva Religiosa que participaria do funeral do Papa João Paulo II . Ao ser perguntada sobre o atraso que a fez perder o voo, Iyá dizia: " O santo mandou ficar ".

Em 2007 foi condecorada com a Comenda da Ordem do Rio Branco, também pelo Presidente Lula em Brasília, maior condecoração que um civil pode receber no Brasil.


Iyá Nitinha era animada, exuberante e graciosa, mas também enérgica quando preciso. Conhecida nacional e internacionalmente, tinha filhos espalhados pelo Brasil, Argentina, França, Portugal, Itália, EUA dentre outros países. Conquistou sua fama por conta de seus conhecimentos e sapiência no Candomblé em suas diferentes Nações e também pela seriedade e leveza com que conduzia a religião e a Casa.


Iya Nitinha não era apenas um exemplo de Iyalorisá , tinha poder nas decisões e a magia no olhar, foi incontestavelmente uma das maiores lideranças religiosas na Bahia e no Rio de Janeiro.

Dia 04 de fevereiro é uma data inesquecível para o Candomblé do Brasil e principalmente para os filhos e descendentes da Casa Branca do Engenho Velho. Veio a falecer no Hospital Evangélico, em Brotas , onde estava internada há 12 dias, vitima de insuficiência respiratória. Foi sepultada dia 05 de fevereiro 2008, ás 14 h, no Cemitério Jardim da Saudade, também em Salvador Bahia.


No terreiro da Casa Branca iniciaram se no dia seguinte os rituais de Axexê, que tem duração de vários dias. O Axexê em Miguel Couto teve inicio em 12 de março de 2008, sob a direção do Babalorixá Air José, do Terreiro Pilão de Prata e Pai Valdemar Ogunssy do Ile Axé Alarabedé.

Uma Iyalorisá importante para a cultura brasileira e mais ainda para a religião do Candomblé.



A FLOR DO ENGENHO

Artista - Lucio Sanfilippo
Participação - Lucinha Pessoa
Direção - Rafael Eiras



FONTE :  İwè Ìmọ̀ 

Um comentário:

  1. Faltou a passagem desta saudosa Ialorisa por Realengo, mais precisamente na Ria Cristóvão de Barros esquina da Rua Capitão Teixeira

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