BARRACÃO EM PERNAMBUCO SOFRE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA E É INCENDIADO. - TVR USM

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BARRACÃO EM PERNAMBUCO SOFRE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA E É INCENDIADO.

 


Na manhã do último sábado, dia 01 de janeiro, fomos surpreendidos com a notícia que nosso Ilê Axé Ayabá Omi, o Terreiro das Salinas, de tradição Jeje-nagô, fundado há 2 anos pelo babalorixá Lívio Martins, no litoral sul de Pernambuco, em São José da Coroa Grande estava sendo incendiado.
Não é de hoje que os terreiros das religiões de matriz africana, afro-brasileira e afro-indígena tem sido alvo constante das violências, intolerâncias e racismo religioso que tenta impedir a realização de nossos rituais, da adoração aos nossos orixás e entidades sagradas. No entanto, ver a nossa casa de axé, nosso local sagrado, onde depositamos nossa fé, onde construímos cada canto com nosso suor e devoção em chamas é violento e perturbador. Anteriormente, já tivemos nossos rituais interrompidos em três ocasiões, mas situações que acreditamos contornar, inclusive pela incidência que temos com a comunidade, a partir da distribuição semanal de sopa, do reforço escolar gratuito às crianças e entrega de cestas básicas da Campanha Tem Gente Com Fome, da Coalizão Negra por Direitos.



No primeiro dia do ano, em que é tido como o Dia Universal da Paz, fomos violentados, tivemos nosso direito à fé interrompido, fomos vítimas de forma brutal do racismo religioso.
Muitas questões passam pela nossa cabeça, no entanto, sabemos que nosso sagrado habita em nós, que a espiritualidade está ao nosso lado. Os igbas, os taças são representatividade de tudo que acreditamos, e o que aconteceu foi uma tentativa de apagamento, de silenciamento e opressão, mas que não nos impedirá de continuar a cultuar nosso sagrado.
Os procedimentos jurídicos e legais estão sendo tomados com apoio do Projeto Oxé - atendimento jurídico e psicossocial contra o racismo. Na manhã desta segunda-feira (03), fizemos a abertura no Boletim de Ocorrência na Delegacia de São José da Coroa Grande, onde aguardamos a conclusão do inquérito policial. Também demos entrada num pedido de investigação ao Ministério Público de Pernambuco.









Ilê Axé Ayabá Omi - Terreiro das Salinas
São José da Coroa Grande - PE

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