RJ - 'ACABOU TUDO', LAMENTA COMERCIANTE DO CAMELÓDROMO DA URUGUAIANA APÓS INCÊNDIO - TVR USM

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RJ - 'ACABOU TUDO', LAMENTA COMERCIANTE DO CAMELÓDROMO DA URUGUAIANA APÓS INCÊNDIO

Tânia Sarter, de 65 anos, vendida roupas variadas num dos boxes incendiados e esteva no local nesta segunda-feira

Tania Sarter: comerciante perdeu tudo no box que pegou fogo — Foto: Márcia Foletto

Comerciantes do camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio, compareceram ao local, nesta segunda-feira (13), para acompanhar os desdobramentos do incêndio de domingo. Segundo a Defesa Civil, uma área de 1.200 metros quadrados foi atingida pelas chamas. A causa é investigada pela Polícia Civil. O incêndio se concentrou nos boxes da Rua dos Andradas com a Senhor dos Passos, próximo ao Acesso B do metrô. Quem chega ao local, observa grande parte das lojas do entorno já derretida, com mercadorias às cinzas pelo chão.

Tânia Sarter, de 65 anos, vendida roupas variadas num dos boxes incendiados. Moradora de Santa Cruz, ela conta que soube da notícia pelo grupo do camelódromo:

— A gente recebeu fotos e vídeos pelo grupo. Foi um choque muito grande para mim, não tive nem coragem de vir ontem. Hoje, estou aqui para acompanhar, saber o que vai acontecer — comentou, afirmando que ainda não foi à loja ver o que sobrou:

— Sei que não tem nada para pegar. Acabou tudo.

A idosa comentou que a reforma no camelódromo é desejo antigo, mas que nunca teve a atenção das autoridades:

— É importante reformarem aqui, mas não adianta colocar boxe novo e não nos ajudar a rever nossas mercadorias. Cadê o dinheiro para comprar o que perdemos?Uma lojista que não quis se identificar conta que, há 5 anos, funcionários da prefeitura mobilizaram um mutirão para regularizar os comerciantes, com abertura de CNPJ para microempreendedor individual (MEI) e alvará de funcionamento. Depois disso, nunca mais voltaram ao local.

— É triste ver tudo isso. São muitas famílias que trabalham aqui, que dependem daqui. O movimento já estava fraco, agora… nem sabemos quando vamos reabrir — lamenta.

O GLOBO questionou a prefeitura sobre o número de boxes em funcionamento e regularizados no camelódromo. Como resposta, recebeu a orientação de procurar a associação responsável pelo local. Na manhã desta segunda-feira, com exceção da Defesa Civil, não havia nenhuma secretaria representando o órgão ou prestando auxílio aos comerciantes.

Parte dos comerciantes reforça que o incêndio foi uma “tragédia anunciada”. Segundo eles, era evidente que as instalações já eram insuficientes para a proporção do camelódromo e que a Prefeitura não fiscalizava o funcionamento.

Ainda não se sabe a causa


No incêndio deste domingo, a fumaça pôde ser vista até por quem estava em bairros vizinhos. Ninguém ficou ferido. O prefeito Eduardo Paes esteve no local e prometeu ajudar os lojistas e reconstruir o espaço. Mais de 60 militares de dez quartéis do Corpo de Bombeiros atuaram combatendo as chamas, que começaram por volta das 10h. O foco foi controlado em 20 minutos. Mas o rescaldo levou mais de três horas. A entrada da estação de metrô da Uruguaiana precisou ser fechada por causa da fumaça.

Após o trabalho de rescaldo, a Polícia Civil fez a perícia na parte atingida para identificar as causas do incêndio. Lojistas contaram que, na última sexta-feira, parte dos boxes estava sem luz devido a um problema na parte elétrica.


Por Bruna Martins

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