NÃO GOSTO DE CONTAR SONHOS, POIS ELES SÃO POR MUITAS DAS VEZES, UMA FERRAMENTA NOSSA DE COMUNICAÇÃO COM O NOSSO ORIXÁ. - TVR USM

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NÃO GOSTO DE CONTAR SONHOS, POIS ELES SÃO POR MUITAS DAS VEZES, UMA FERRAMENTA NOSSA DE COMUNICAÇÃO COM O NOSSO ORIXÁ.

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Não gosto de contar sonhos, pois eles são, por muitas das vezes, uma ferramenta nossa de comunicação com nosso Òrìṣà ou ancestral, mas há algo que eu sinto a necessidade de compartilhar com vocês, até porque formamos uma família em meu Facebook, e eu acho legal e muito bonito compartilhar essas experiências com vocês.

Esse ano sonhei em um total de quatro vezes, sendo que desses quatro sonhos, em todos ela sempre aparecia de forma sempre muito calma, feliz, serena, mas sempre tão cheia de si, tão cheia do que ela sempre teve - energia vital (àṣẹ) -, e nunca aparece em sonhos noturnos, sempre naqueles cochilos atípicos que eu costumo realizar (os de período vespertino). Nunca tive nenhum contato com a sacerdotisa Omindarewa quando em vida, pelo ao contrário, nunca nem tive essa oportunidade, e então, por nunca ter tido essa bela oportunidade, pesquisei sobre essa grande senhora, me satisfez e minha admiração ela obteve.

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Quando encontro-me em situações conflituosas pessoais (graves), eu costumo me recolher, ficar mais só comigo mesmo, para que eu possa me desligar do mundo e me conectar comigo mesmo, Ọbàtálá e todos os ancestrais, então isso acaba se tornando algo benéfico para mim. Todas as tardes que pude sonhar com essa senhora, pude acordar sempre com duas cantigas de Yemọja, e uma delas é a que eu sempre choro ao escutar, por me remeter a ela. A cantiga é a seguinte: "E kaa ma ro ni ngba orisa re lodo e / E iya kekere a ki ri do o ki / Oluwa odo, e iya kekere / Awa je omon awa je omon".

Ao sonhar com ancestrais meus, eu sempre acordo mais reflexivo, mais certo de quais decisões devo tomar, e ao consultar esses mesmos, eu posso realmente confirmar que eles estiveram presentes em meu sonho (e que não foi algo lúdico). Nunca durmo esperando sonhar - é a última coisa que eu espero -, quem me conhece sabe quão cansado eu ando desde o ano passado (por levar uma rotina que não me permite quase sair), e então, eu apenas espero a noite chegar para dormir e descansar. Acordar se sentindo leve, emocionado, com uma cantiga de Yemọja e mais certo de quais decisões tomar, após sonhar com Omindarewa, não há algo melhor.

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Eu compreendo que essa situação de sonho é complicado, muitos questionam sobre a eficácia destes e sobre eles mesmos, mas eu prefiro acreditar nas vozes ancestres que pulsam em mim, que pulsam em meu coração e que vem até a minha pessoa, para poder me orientar, me ajudar e sempre cumprir com sua missão que não fora deixada apenas no aye, mas que fora levada consigo para o ọ̀run e que sempre que vem me visitar, traz essa missão consigo.

O meu desejo para todos vocês é que todos sejamos Omindarewa, que todos nós sejamos interessados por preservar a religiosidade pela qual nós nos encontramos (de Òrìṣà), que todos nós sejamos humanos, empáticos, que sejamos reais. Omindarewa não é apenas uma senhora de nome icônico e forte na religiosidade, ela é uma pessoa que teve sua vida marcada por ter a dedicação de aprender até seus últimos dias, porque, com ela, Òrìṣà é quem dava os parâmetros e ela apenas seguia. Enquanto ela esteve entre nós, sempre respeitou e seguiu uma única e soberana voz - a de Òrìṣà. Que Omindarewa seja um exemplo para todos da religião de Òrìṣà, ela é uma pessoa muito importante para a preservação e busca deste, em terra matriz.

Ìyá Omindarewa é um exemplo para aqueles que adentram na religiosidade agora ou para os que entraram há um tempo (não importa qual seja). Ela nos ensina que não há como hesitar, quando há apenas uma voz que fala mais alto, forte e que sempre deverá ser a primeira e última - a de Òrìṣà. Nossa voz nunca deverá ser a que dita regras em casa de Òrìṣà, nunca deve ser a que oprime ou a que condena, Òrìṣà se encarrega de cada um e sabe o como fazer. Que nossas bocas sejam instrumentos de paz, de boas notícias, e quando não forem instrumento de boas notícias, que nossa boca profira palavras de acalento, e que sejamos abrigos daqueles que nos procuram. O último "barco" iniciado por Ìyá Omindarewa foi de Ṣàngó, e para quem conhece o ìtàn de Yemọja e Ṣàngó (seja ele o que é contado no Candomblé ou não), sabe que Ṣàngó foi filho espiritual de Yemọja e quando não, ele era seu escudeiro (sem citações sobre ele ser filho espiritual dela).

Ìyá Omindarewa é um exemplo para todos da religião de Òrìṣà, pessoa cujo nome deve ser adorado e lembrado sempre. Uma pessoa de bom caráter, uma pessoa de excelência.
Que Yemọja seja água abundante em nossa vida, que Yemọja nos traga a vida, a felicidade, a energia vital (àṣẹ).

*Na fotografia: Yemọja manifestada em sua mais bela Elégùn e fotografia de Ìyá Omindarewa com seu último Ìyàwó.


FONTE : Autor desconhecido

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