PAI WALDIR DE BESSEN ( IN MEMORIA ) - TVR USM

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PAI WALDIR DE BESSEN ( IN MEMORIA )

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WALDIR DE BESSEN

A forma mais simples e breve de uma narrativa de um dos mais conhecidos zeladores de orixás de nossa religião candomblé Senhor Valdir Batista dos Santos mais conhecido como “ Valdir de Bessen “, é contando sua história ipsis litteris, sua tragetória de vida quando ainda no Estado da Bahia – Salvador, até seu estabelecimento no Estado do Rio de Janeiro, no Município de Duque de Caxias, antigo Município de Magé, baixada Fluminense.
Em data de 29.08.1933, nasce no Estado da Bahia – Salvador, mais conhecida como Bahia de todos os Santos, na rua Doutor José Joaquim Seabra s/nº , localidade conhecida como Sete Portas, à pessoa de Valdir Batista dos Santos, o qual cresceu na mesma localidade, onde frequentou à escola e cursou somente até a 4ª série primária, na Escola Azevedo Fernandes sendo esta localizada no Pelourinho. Lembra-se que quando já mais crescido, morou na rua do carmo n.º 03, o qual era vizinho da pessoa conhecida por Senhor Procópio d' Ogun, que era proprietário de “quitanda” , no “Beco dos Cravos” na capital Salvador, devido grande amizade com senhor Procópio, Valdir lembra que conheceu alguns de seus Mestres dentro da religião, tratando-se eles das pessoas de “TATA CIRIACO”, e “OBA LADÊ”, e ainda outras pessoas ligadas. Lembra-se ainda que conheceu também a pessoa de “IRINEU”, o qual era frequentador da casa onde valdir também a convite frequentou como abiã durante algum tempo, logo após tendo Irineu levado Valdir para conhecida Cachoeira de São Félix, onde foi apresentado ao dono da casa Senhor “ENOQUE DE CACHOEIRA”, o qual todos da época diziam ser ele da nação de “JEJÊ SAVALÚ”, e por este motivo o mais competente à iniciar Valdir na nação, dando-se este fato por ser Valdir ser de um vodun de nome “BESSEN” este por excelência Rei da descrita nação. Dessa forma valdir foi iniciado na nação Jejê com outras seis pessoas,isto posto porque dizia seu Enoque que jamias poderia-se recolher uma pessoa de “Bessen” sozinho em sua casa, pois esta pessoa corria risco de morte, mas não tem lembrança de uma data específica, e conta que, escondido de seu Enoque conseguiu tirar um retrato dele logo depois de sua feitura de santo, tendo ficado sobre preceitos durante sete meses e cumprido um ano e seis meses de “Kelê”, no interior da casa de candomblé “Roça”, sendo seu Pai Pequeno o senhor “SEVERIANO”, o qual tinha casa de candomblé na localidade de “Plataforma”, após sua quebra de “Kelê”, permaneceu ainda por algum tempo na “roça” em função de um rapaz o qual chama-se 
Arnô, sendo este de odé, e o ultimo iniciado naquela casa.

Tem em suas recordações ainda de rapaz, quando ainda abiã, que conhecerá uma Senhora chamada em salvador por “Tia Massi” da Casa Braca do Engenho Velho sendo esta do orixá osagiyan o qual o deixou encantado dizendo “ MEU DEUS QUE SANTO MARAVILHOSO”, eu nunca vi santo igual aquele, e nem uma roda de Ìyásan como aquela da Casa Branca do Engenho Velho.

Após pesquisas efetuadas sobre a pessoa de Valdir de Bessen, chegamos a uma carta datada de 08 de Outubro do ano de 1958, na qual à Senhora Amazília Pires da Rocha do orixá Ye omo ejà “ Yemonjà Merú, pede ao Senhor Marcus Vinícius Borges Estrella, este morador no bairro de Botafogo, Estado do Rio de Janeiro, que o acolhe-se e o arrumasse um emprego, pois a situação em Salvador estava muito difícil, disse ainda a senhora Amazília que arcaria com as despesas da viagem de valdir, chamado carinhosamente por ela de “DIDA”.

Deve-se levar em consideração que sendo este um breve relato da caminhada junto a religião por Valdir de Bessen, não se tem ainda mais datas específicas dos muitos acontecimentos em sua vida, somente podendo aqui contar um pouco mais sobre suas passagens.

Há que se observar que com o falecimento de seu zelador de santo Senhor Enoque de Cachoeira, Valdir já conhecido do Senhor Waldomiro da Costa Pinto, mais conhecido como “Baiano e/ou Waldomiro de Xangô” sendo este já um conhecido Babalorixá no Estado do Rio de Janeiro, Bessen pediu então que à partir de daquele momento seu Waldomiro viesse a zelar por ele, onde mais tarde teve o convite por parte do Senhor Marcus Estrella, para zelar pela sua casa de santo em Duque de Caxias Baixada Fluminense, sendo assim após muitos anos com o também falecimento de Marcus Estrella, Valdir de Bessen a pedido do orixá de Marcus Estrella Obaluayê, veio a herdar a casa onde até hoje permanece como zelador.

A história de Valdir de Bessen tem sido alvo de pesquisas e estudos, principalmente nas ultimas décadas, quando sua importância para a religião despertou o interesse de muitos adeptos.

ENTREVISTA DADA AO VOZES DE AXÉ  NO ANO DE 2012 

Vozes do Axé – Pai Waldir, gostaria que o senhor falasse sobre sua vida.

Pai Waldir de Bessen - Eu nasci em Salvador, na Rua Dr. Jose Joaquim Seabra, nas Sete Portas, no dia 29 de agosto de 1933. E morei e estudei no Pelourinho, na Escola Azevedo Fernandes. Também morei na Rua do Carmo, número 3, onde conheci Procópio de Ogum, um pouco mais acima da minha casa, onde ele vendia uns negocio ali. Tivemos muita conversa porque ele tinha uma quitanda no Beco dos Cravos em Salvador, ali eu conheci aquele pessoal todo grandão do candomblé, Oba Ladê, Tatá Ciríaco, e muita gente. Lá eu conheci Irineu, que era a casa onde fui abia e de onde fui levado para a casa de Enoque para fazer Bessen. Já que na casa onde eu era abian a nação era nagô/vodun.


Vozes do Axé – E quando aconteceu sua iniciação.


Pai Waldir de Bessen - Não me lembro o dia que fiz santo, mas tenho uma foto já feito que tirei escondido de Enoque. Meu pai pequeno foi Severiano, que tinha um candomblé em Salvador, na Plataforma. Fiquei recolhido 7 meses, e levei 1 ano e 6 meses de kelê em Cachoeira. Quando tirei o kelê, entrou um rapaz de Oxossi e tive que ficar na roça. Era Arnô o último Yao da casa de Enoque. Meu barco era Bessen, Sogbo, Iansã, Oxum, sei que eram sete pessoas, até porque não podia fazer Bessen sozinho em casa de Jeje senão a pessoa morria.


Vozes do Axé - Quem o senhor conheceu de antigo no candomblé?


Pai Waldir de Bessen
- Conheci tia Massi, do Engenho Velho. Nem era feito ainda. Morava perto do Rio vermelho, e ia para lá com o pessoal do Engelho Velho, ajudando as mulheres de lá com as bolsas, como empregado delas. Era uma senhora de Oxossi, Ode Tola, que me levava. E lá conheci tia Massi de Osagiyan. Meu Deus que santo maravilhoso. Eu nunca vi santo igual aquele, e nem roda de Iansã igual aquela do Engenho Velho.


Vozes do Axé - Qual a diferença do Candomblé daquela época para o Candomblé de hoje?


Pai Waldir de Bessen
- Muita diferença. Hoje o Candomblé tem mais luxo. Santo até exige luxo. Era uma humildade que não existe mais. E era tudo mais pobre também. Como em Cachoeira de São Félix, eu acho tudo mais pobre, em Salvador tudo é mais rico.








FONTE : Pesquisa e redação elaborada por Ogãn de Walvir de Bessen Elcio de Odé, e IYÁ Graziele de osagiyan filha de Waldir de Bessen .

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